Há
anos eu queria rebocar um planador, ou ser rebocado. Como eu tinha uma
fuselagem de planador parada, resolvi fazer uma construção relâmpago e terminar
o projeto. Realmente terminei em dois ou três dias, mas, apesar de bonito, não
ficou no padrão de qualidade que eu prezo. Tudo bem, por ser uma experiência
nova e a chance de dar errado ser grande, resolvi voar mesmo assim.
Até
ai tudo certo, mas ainda faltava um aeromodelo para ser o rebocador. Escolhi
adaptar o meu Stick de depron para fazer o reboque, por possuir o mesmo tamanho
do planador: um metro de envergadura. A adaptação foi fácil, fiz um gancho e
parafusei junto com a asa.
Quase
tudo pronto, porém ainda faltava outro piloto e outro rádio para colocar em um
dos aviões. Convidei meu amigo Luís Henrique que topou imediatamente e ofereceu
seu rádio.
O primeiro voo não
deu muito certo, fomos com muita pressa para a pista, pois estava escurecendo,
ao chegar, não combinamos os procedimentos direito e logo tentamos decolar. Ao
acelerar, a asa do planador dobrou e começou a ralar no asfalto. Com toda a
minha inexperiência em reboques, fiquei falando para ele desacelerar em vez de
desengatar o planador do cabo. E foi o que ele fez, mas ele também se esqueceu
de que, por estar no ar, o Stick precisava ser pousado. Resultado: Planador com
pequeno ralado na ponta de asa e a fuselagem do Stick quebrada ao meio.
Acidentes acontecem,
não fiquei com ressentimentos por ter quebrado meu avião no meio. Após uma
conversa pós-voo, concluímos que o projeto estava tão falho quanto os pilotos.
Resolvemos fazer algumas alterações no planador para que o voo tivesse maior
chance de acontecer.
Após o reparo e
alguns dias, voltamos para a pista, mas dessa vez fomos mais “inteligentes”,
fomos pela manhã, assim não teríamos problemas com a escuridão.
Conversamos muito
sobre: como realizar o voo, direção do vento, probabilidade de cair, como fazer
curva e muitos mais. Alinhamos os modelos na pista preparados para fazer esse
projeto funcionar. Precisamos realinhar várias vezes, pois o vento variava
muito. E dessa vez deu certo, tudo bem, não foi tão certo assim como vocês
podem conferir no vídeo, mas pelo menos voou algum tempo.
Ficamos felizes com o
breve voo e finalizamos esse projeto com a vontade de construir outro planador
para ser rebocado [de verdade].
Conclusão:
O projeto falhou por
vários motivos, mas o principal foi a fragilidade e a falta de rigidez da
construção. Isto provocou várias quebras durante o reboque, além de tornar o
voo instável e difícil. No começo eu disse que ficou fora dos meus padrões de
qualidade. Entendeu?
O
motivo secundário foi a pequena área das superfícies de comando e o
posicionamento do aileron. Com as superfícies pequenas, o modelo não respondia
com a rapidez necessária. E com o aileron próximo a raiz da asa, o comando
tornou-se ineficaz e prejudicou a estabilidade.
Mesmo
com os acidentes, o projeto valeu a pena, aprendi muito. Lembre-se sempre: Com
os erros aprendemos mais do que com os acertos.
O
que achou da minha tentativa? Já tentou algo novo e não deu certo? Comente aqui
em baixo.
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