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A diferença entre trens de pouso



            O trem de pouso é o típico componente que o aeromodelista não se preocupa, até que ele quebre, e saiba que isso é relativamente comum de acontecer. Hoje falaremos sobre as diferenças entre os trens de pousos, ou seja, os diversos tipos que existem; falarei tanto das características físicas, como as de voo (arrasto, resposta em solo e problemas).


EDGE 540, como todo acrobático, possui trem de pouso convencional


            A definição do modelo de trem de pouso ocorre no projeto e na construção, ou, no caso de modelos escalas, quando se escolhe a aeronave que será copiada. Não recomendo que se altere o tipo de trem de pouso de modelos escalas, pois mexe muito em sua aparência, não o deixando parecido com o real. Entretanto, para modelos não escalas, o que vale é a praticidade e confiança, portanto, vale a pena trocar o trem de pouso caso você ache que outro fica melhor.

            A primeira divisão de trem de pouso é a mais conhecida: Triciclo e convencional. Posso afirmar que quase todas as aeronaves existentes se encaixam nessa categoria.
  

Trem de pouso triciclo


Muito comum para jatos


            Como o próprio nome já diz, seu formato é como um triciclo (velotrol), ou seja, o trem de pouso principal fica localizado atrás do CG (centro de gravidade), e a bequilha fica no nariz.


Trem de pouso principal localizado atrás do CG


            Esse é o modelo mais indicado para iniciante, pois quando em solo, as três rodas têm contato com o chão, o que proporciona:

            - Estabilidade na corrida (decolagem e pouso);
            - Risco quase zero de pilonagem (bater com o nariz e hélice no chão);
            - Menor arrasto na decolagem, pois o ângulo de ataque é pequeno;
            - O motor pode ser acelerado bruscamente sem o risco de perder o eixo da pista;
            - Não “precisa” erguer a cauda na corrida para decolar.


            Sua desvantagem em voo é o maior arrasto comparado ao trem convencional, pois possui três rodas de tamanhos iguais expostas; por isso é menos utilizado em aeronaves reais de trem fixo (não retrátil).

            Seu principal problema está mais ligado à construção do que à sua operação. Uma opção é comprar um suporte para bequilha em lojas do hobby e fixa-lo na parede de fogo. Por ser distante do leme (comando com a mesma função, porém em voo, não em solo), a bequilha necessita de outro arame de linkagem para ligá-la ao servo; e em alguns caso, é necessário um servo somente para o direcionamento da bequilha.

            Não recomendo esse trem de pouso caso você queira construir com bequilha fixa (sem direcionamento), devido ao taxi (movimentar o aeromodelo no solo) ficar quase impossível, o que gera a necessidade de leva e buscar manualmente para decolar e pousar.


Trem de pouso convencional

            Seu formato é praticamente o inverso do triciclo com algumas diferenças. O trem de pouso principal fica um pouco a frente do CG, e a bequilha fixada próxima ao leme.


Trem de pouso principal localizado a frente do CG


            Esse tipo é geralmente encontrado em aeromodelos mais avançados (não treinadores), devido às seguintes características:

            - Menos estabilidade na corrida, em alguns modelos é extremamente      instável;
            - Há o risco de pilonar caso o piloto não cabre durante o taxi;
            - Grande arrasto na decolagem devido à cauda estar baixa;
            - Necessidade de aceleração progressiva para não perder o eixo na         decolagem;
            - Para decolar é necessário ganhar velocidade até que erga a cauda,      para somente depois cabrar.


            É Mais utilizado na aviação real pelo seu menor arrasto em voo, pois possui somente duas rodas grandes no trem de pouso principal, e a bequilha pequena.

            Sua vantagem é a facilidade de construção: basta parafusar o trem de pouso principal e fixar a bequilha diretamente no leme, não exige linkagem dedicada para movimentar a bequilha.

            Para taxiar é necessário cabrar o tempo todo, caso contrário, um vento, uma pedra, ou uma acelerada mais forte pode ser suficiente para pilonar o modelo.

            Uma boa opção, caso você não disponha de roda para a bequilha, é fixar um arame no final da fuselagem, antes do leme. Mesmo que ele seja fixo, a força do leme é capaz de direcionar o aeromodelo na pista.


Dicas gerais

            Quanto mais alto, estreito e próximo ao CG, mais instável será o taxi, minha dica é: sempre seguir a planta ou algum modelo de fabricantes conhecidos.

            Observe como são os trens de pouso de aviões reais, nenhum parece um pernilongo de tão alto, então não faça isso no seu aeromodelo; lembre-se sempre, os aviões são inteiramente calculados, para tudo neles há um bom motivo.

            Verifique a altura mínima necessária para a hélice não pegar no chão antes de fazer seu trem de pouso, ou para aviões prontos, antes de comprar a hélice. Isso deve ser visto com a cauda levantada para trem de pouso convencional.


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            Você sabia que existe tudo isso e mais um pouco por trás de um simples trem de pouso? Ficou com mais alguma dúvida? Deixe seu comentário aqui embaixo.


4 comentários:

  1. Bom dia belas dicas; em que caso devemos posicionar o trem de pouso principal convergente?

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    Respostas
    1. Bom dia, obrigado. Nunca ouvi falar nisso, para mim o trem de pouso é posicionado sempre de maneira a obter o menor atrito possível, para não prejudicar os procedimentos.

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  2. blz gostei da postagem aprendi bem tenho 70 an0s e tou voltando no aeromodelo agora ja aposentado....e um hobby bom demais obrigado amigo ate a proxima....

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  3. E os trens de pouso de helicóptero?

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