Páginas

Pousando com vento de rajada e través



            O pouso é o momento mais perigoso do voo padrão (sem acrobacias arriscadas), e também é nele que acontece o maior número de lenhas (quebras), seja de um simples trem de pouso, ou até mesmo do modelo inteiro. Temos disponível no site um tutorial para aprender a pousar treinadores (recomendo ler antes), porém nele não consideramos o vento. Esta matéria será mais avançada, não falarei dos princípios do pouso, e sim do que é necessário fazer para amenizar os efeitos do vento e pousar com segurança.

            Antes de tudo saiba que não existe uma técnica única para se pousar com vento, até porque há muitas variáveis possíveis em um vento, como: Velocidade, constância, direção, turbulência ... Da mesma maneira que cada pouso é um pouso, cada vento é um vento, e suas características podem mudar até mesmo dentro de um único pouso.

            A primeiríssima dica para aprender a pousar é: pouse muito, não tenha medo; pegue seu treinador e voe na maior ventania possível, e ainda treine pouso nela. Somente a prática leva a perfeição, posso escrever dezenas de matérias sobre técnicas avançadas e afins, mas se depois de ler você não as colocar em prática e tentar, de nada adianta.

            Vento de rajada é um dos mais perigosos, devido à sua variação de velocidade e muitas vezes de direção, ele aumenta e diminui rapidamente a sustentação do modelo, e caso este já esteja em seu limite de sustentação pode estolar e cair. A única dica para esse vento é: faça uma aproximação e toque com maior velocidade, dessa maneira, com folga na sustentação, uma abrupta rajada de cauda não será capaz de te derrubar. Não se esqueça que a pista acaba, ou seja, não faça a aproximação à toda potência.

            Pousar com o vento alinhado com a pista e constante muitas vezes é melhor que sem vento, pois o aeromodelo corre menos pista antes de parar devido a sua velocidade relativa ao chão ser menor. Porém, essa redução de velocidade antes do toque deve ser planejada, para que o modelo não estole antes da hora correta sem que o piloto tenha tempo de reação.

            Uma boa técnica para saber se o modelo está com pouca sustentação é observar seu comportamento em voo, como os seguintes:

            - Grande ângulo de ataque (nariz levantado);
            - Lentidão para comandar;
            - Perdendo muita altura.

            Caso seu modelo apresente algumas dessas características citadas anteriormente, acelere um pouco, pois ele está próximo da sua velocidade de stol.

            Agora vamos falar dele, o mais famoso: o vento de través!!!

            Não acredita que ele é tão temido? Pergunte para seus companheiros de pista, muitos dirão que nem decolam se estiver ventando de través.

            Para quem não conhece, vento de través é quanto ele não está alinhado com a pista, ou seja, ele te “joga para fora da pista”






            E esse é o seu principal problema: tirar o aeromodelo do eixo da pista e joga-lo para a área de escape (Aprenda aqui o que é uma área de escape), e para que isso não aconteça temos duas opções mais fáceis:

            - Fazer a rampa de aproximação na diagonal da pista, indo contra o vento, dessa maneira você estará em ângulo com a pista e a chance de sair do eixo é bem menor. O problema dessa técnica é que o ponto de toque precisa ser bem calculado, caso isso não aconteça o piloto terá que fazer alguns ajustes de trajetória para não pousar fora da pista.

            - Glissar - a técnica utilizada pelos aviões tripulados – é um pouco mais complicada que aproximar em ângulo, porém mais eficiente e bonita. Basta abaixar a asa do lado do vento, pois assim o avião faria uma curva, mas por causa do vento mantém uma trajetória reta. Na teoria parece fácil, porém na prática o piloto precisa fazer algumas compensações a mais que o aileron. Um detalhe importante é nivelar a asa momentos antes do toque, para que o trem de pouso toque com as duas rodas e fique estável.


            Um grande problema do vento é desalinhar constantemente o aeromodelo em todos os eixos: longitudinal (aileron), transversal (profundor) e vertical (leme). Para isso o piloto sempre deve estar atento para comandar o modelo e manter o alinhamento sempre que necessário. E nesse caso não há dicas para seguir a não ser treine muito, por que essa reação deve ser tão rápida a ponto de ser instintiva.

            Lembre-se: quanto mais o modelo sair da trajetória ideal durante o pouso, mais trabalho será necessário para trazê-lo de volta. Por isso, faça ajustes mínimos assim que acha necessário.


            Quer ser avisado de todas as nossas postagens? Cadastre seu e-mail aqui.



            Está mais confiante para voar e pousar com vento agora? Ainda tem dúvida? Poste aqui embaixo que nós te ajudamos.



1 comentários:

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...