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Treinar para quê?



Você tem o hábito de treinar? Digo treinar sistematicamente, selecionar uma gama de manobras e fazê-la exaustivamente. Ou tem apenas o hábito de voar e no meio do caminho decide fazer um loop ou roll? Mas tenho quase certeza que você já treinou pouso, aquela coisa de levantar voo, pousar e ficar executando esse processo durante um bom tempo. Pois bem, gostaria de falar um pouco sobre isso: a importância dos treinos no aeromodelismo.





Assim como qualquer esporte, aeromodelismo exige treino. Mas, treinar para quê? A importância de treinos se apresenta de diversas formas. Quando alguém vai participar de campeonatos deverá treinar as manobras para que elas fiquem a mais perfeita possível. É o caso das competições IMAC e F3A. Já em campeonatos escalas, também é preciso treinar, uma vez que voo escala exigi sim dificuldades, uma vez que voar igual ao avião real não é uma tarefa tão simples. Mas aí você pode dizer: “eu não vou participar de campeonatos, gosto de voar apenas para relaxar”! Isso significa então que o treino é dispensável?

A importância de treinos consiste também em tornar seu cérebro “automatizado”. Assim como você provavelmente sentia dificuldade em andar de ré com seu carro, ou trocar de marcha quando estava aprendendo a dirigir, o treino, no aeromodelismo, tem a função de eliminar certas dificuldades. Por exemplo: quando o modelo está em dorso, sabemos que os comandos ficam alterados. Assim, alguém que nunca voou de dorso e realiza essa manobra irá confundir os comandos e provavelmente lenhar o aeromodelo.

Como evitar isso? Oras, treinando! No início é complicado, a gente fica falando sozinho: “Se estou de dorso, cabrar é picar e picar é cabrar”. Com o passar do tempo, porém, nosso cérebro já consegue identificar não só o posicionamento do aero, como também os comandos necessários para realizar a manobra desejada. Se você treinar voo de dorso, chegará um momento em que não precisará mais “falar sozinho”. Em pouco tempo, você estará corrigindo o avião de forma automática e espontânea, usando o seu “pensamento” para a realização de manobras mais complexas, e não simplesmente para voar de dorso.

O treino ajuda ainda a entender os limites e funções de cada comando, nos ajuda a descobrir onde estamos errando, qual a intensidade de comando para que a manobra saia corretamente, ou o que é necessário fazer para sair de uma manobra. No caso do hover, por exemplo, além do controle do profundor e acelerador, o piloto tem que dominar o uso do leme e aileron. A coisa mais fácil de acontecer no hover é o aeromodelo estolar ou bater asa.

Como evitar isso? Dominando leme (que não é enfeite) e aileron. Esse domínio exige muito treino. Em determinadas situações, o piloto deverá ter a capacidade de identificar o momento exato em que é necessário dar comando de aileron para um lado e leme de outro, assim como sua intensidade. Isso é difícil, pois, na maioria das vezes, a nossa primeira reação é jogar os dois comandos para o mesmo lado! Em outras situações, sabemos o que é preciso fazer, mas não fazemos, pois, o nosso corpo não executa aquilo que o nosso cérebro dita. O treino é, assim, uma forma de condicionamento, onde os dedos do aeromodelista e seus pensamentos se tornam um só.

Mas você pode ainda insistir: “Eu não quero fazer manobras! ”. Eu respondo: tudo bem, mas um dia, provavelmente, seu modelo pode entrar em uma manobra não desejada e então, por falta de treino, por não treinar os comandos, você vai perder o modelo. O treino não é direcionado aos pilotos profissionais, assim como as aulas de direção não são destinadas para pilotos de competição. O treino, em aeromodelismo, é para você não se confundir, tornar tudo mais automático, automatizado, fácil, uma vez que uma decisão errada pode estragar seu fim de semana.

Vamos pensar no caso de treinos de pouso de emergência. Suba com o modelo até uma altura considerável, coloque o motor em marcha lenta e tente pousar. Caso você faça uma aproximação incorreta ou algo aconteça fora do desejado, basta aumentar a potencia do motor e recomeçar. Esse exercício, além de oferecer mais detalhes do planeio do seu modelo, prepara o aeromodelista para situações criticas, como quando o motor apaga. Se o piloto é treinado e, durante o voo, o motor desliga, então ele não ficará desesperado ou com medo, pois já enfrentou uma situação como essa várias e várias vezes.

Enfim, apesar de ser um pouco entediante, o treino é fundamental. Ele é uma medida paliativa, ajuda a conhecer melhor seu modelo e permite você desenvolver e explorar suas capacidades e técnicas de voo. Por falar nisso, você já treinou hoje?


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Escrito por Wagner de Barros



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