Após uma
série de campeonatos com baixa adesão por parte dos participantes, a Diretoria
de Escala da Cobra, encabeçada agora pelo Fernando “Caveira” Bellegarde
resolveu inovar.
Para quem não conhece, escala é a reprodução de uma
aeronave real em miniatura. Mas não é a reprodução de um modelo genérico como
um P-47 Thunderbolt, e sim a reprodução específica de um prefixo: P-47 Thunderbolt Hun Hunter XVI.
Depois de
muitos anos e várias reviravoltas, as regras do campeonato escala mudaram. O
novo modelo está baseado nos principais campeonatos mundiais, tais como TopGun,
Jet World Master, Scale Master, sendo que essas provas estão com cada vez mais
adeptos.
É inegável
que o aeromodelismo vem evoluindo e mudando muito, e de acordo com o Diretor, “é um erro ficarmos ancorados no passado,
sendo que o Modelismo mudou completamente... nas últimas provas, a participação
foi extremamente baixa, a principal categoria não teve nenhum inscrito.
Notoriamente percebeu-se a geral desmotivação dos pilotos e juízes. Ficou claro
para mim que algo grande precisava ser feito”
Agora as
regras incluem todos os tipos de aeromodelos, desde projetos desenhados pelos
pilotos, construídos pelo piloto ou não, até ARFs
que foram apenas montados; não importando quem realizou o serviço. Cada um em
sua categoria. A palavra da vez para o Escala Brasil é renascimento.
Clique
aqui
para conhecer as regras antigas.
Nestas novas
regras, as categorias foram divididas em três: Sport Scale, Pro e Master. Em
ordem crescente de exigências. E cada categoria possui duas avaliações:
estática e voo, sendo o peso de cada uma distribuído da seguinte forma:
- Sport
Scale e Pro: 70% Voo e 30% Estático;
- Master:
50% Voo e 50% Estático.
O quesito estático é feito comparando o aeromodelo à
documentação apresentada pelo próprio piloto referente à aeronave tripulada
(protótipo), cada categoria tem uma exigência de documentação mínima, e esta
será detalhada mais afrente.
O voo é padrão para todas as categorias, sendo compostos
de dez “manobras”. Sendo quatro obrigatórias, cincos de livre escolha do
piloto, e uma para o realismo de voo.
A primeira, é a decolagem; e a última, o pouso. Esta é
uma das poucas categorias em que a decolagem e pouso valem ponto. Não são dois
simples procedimentos, eles precisam ser idênticos ao protótipo para que a
pontuação seja alta.
As outras duas manobras obrigatórias são: passagem lenta
e passagem rápida, que apesar de serem duas manobras distintas, devem ser
realizadas da mesma maneira. Vou explicar.
Elas são basicamente dois rasantes realizados dentro de
um espaço pré-determinado. Porém, como são manobras “gêmeas”, a dificuldade
está em dar dois rasantes igual, sendo apenas a velocidade diferente: uma a
máxima, e a outra a mínima de voo do modelo. Em outros campeonatos que possuem
esta manobra, é considerada uma das mais difíceis pelos pilotos.
As cinco manobras livres podem ser escolhidas dentre
várias no próprio regulamento da competição, o link está no final deste artigo.
Alguma manobra específica também pode ser realizada, como pulverização,
lançamento de bombas ou de paraquedistas. Lembrando sempre que deverão ser
realizadas como a aeronave real; em caso de dúvida dos juízes, fica a cargo do
piloto comprovar a existência da manobra.
Os pontos do realismo são dados levando em conta todo o
“conjunto da obra”, o quão real parece o voo do aeromodelo. E isso considera
tudo, desde luzes, portas operacionais, velocidade de voo, raio de curva,
movimentos bruscos, som do motor.... Em tudo deve-se voar igual ao real.
Quanto à avaliação estática, cada categoria é julgada de
uma maneira e possui certas exigências para participar, o peso não é
considerado em nenhuma delas:
Sport
Scale
Aqui voam os aeromodelos ARFs sem modificação na pintura,
ou com no máximo um envelhecimento. Casos em que a pintura foi refeita não são
permitidos.
A avaliação será feita por um juiz, por no máximo cinco
minutos, na distância que julgar necessário.
Serão analisados quatro critérios: documentação
apresentada, piloto, acabamento geral do modelo e realismo.
Pro
Para modelos com o acabamento feito por um modelista,
construtor ou time, o piloto não precisa ter participado da construção ou
finalização do modelo. Não é permitida a participação de ARFs originais ou
envelhecidos.
A avaliação será feita por um juiz, por no máximo cinco
minutos, na distância que julgar necessário.
Serão analisados quatro critérios: documentação
apresentada, piloto, acabamento geral do modelo e realismo.
Master
Qualquer modelo construído inteiramente ou a partir de kits
ARC, composite ou outros. O piloto deve, no mínimo, ter feito todo o acabamento, como: marcas, pinturas,
cores e envelhecimento. A parte estrutural do modelo pode ser comprada pronta,
porém apenas o piloto pode ter feito o acabamento, não é permitido trabalho em
time na parte de acabamento.
O julgamento será realizado por três juízes, ficando cada
um responsável por um critério: contorno (outline), “marcas e cores” e
“construção e acabamento”. O tempo de avaliação será de no máximo 12 minutos, a
uma distância de cinco metros. Apenas o juiz de marcas e cores poderá chegar a
zero metros do modelo, porém sem tocá-lo.
O quarto critério de avaliação será o fator
multiplicador, ele é composto pelos seguintes quesitos:
- Projetado (e construído) pelo piloto;
- Construído e terminado pelo piloto;
- Altamente modificado e pintado pelo piloto;
- Apenas pintado pelo piloto;
Esta nota tem como objetivo aumentar a pontuação do
piloto que fez todo o seu modelo, e não apenas o pintou. Cada critério desses
possui um valor, que será multiplicado pela soma dos três critérios anteriores.
A documentação exigida para esta categoria é mais
complexa, inclusive exigindo a comprovação das cores do protótipo reproduzido.
Para mais informações dela, sugiro ler o regulamento.
A próxima competição escala será o Campeonato Brasileiro
2017, que acontecerá em Limeira, interior de São Paulo, nos dias 24 a 26 de
novembro.
Caso tenha se interessado pela categoria, fica a sugestão
de material para leitura:
Você gostou da categoria? Pretende competir em novembro? Deixe seu comentário ou dúvida aqui embaixo!
Escrito por:
Marcelo Vieira e
Fernando Caveira
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