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Pouso de emergência




     Se você acha complicado pousar em condições normais é porque nunca precisou fazer um pouso de emergência, isso quando um pouso realmente é possível e você não simplesmente joga o aeromodelo no mato. Essa frase pode parecer exagerada, mas infelizmente não é. Gostaria muito de escrever que para pousar com pane basta voar reto e descendo, que pode até ser verdade no caso mais simples, porém, quero te ensinar algo além do obvio.





     Claro que nem todas as situações são previsíveis; e cada pane pede uma reação diferente do piloto. Exemplificarei qual deve ser a linha de pensamento dele. Já adianto que não há muito tempo para pensar, geralmente são somente alguns segundos antes que o avião toque o solo, com pouca ou muita velocidade.

     Uma ótima dica ao voar em uma nova pista é sempre reconhecer o terreno, ou seja, observe as dimensões da pista de pouso, sua inclinação, se a área de escape é boa, se a caixa de voo possui obstáculos, e principalmente, onde você pode pousar em caso de pane (caso a pista esteja longe demais para chegar). Não é possível conhecer cada metro quadrado do local, o ideal é ter ao menos uma noção de que lado seguir. Por isso muitos pilotos têm dificuldade de voar em diferentes locais.

     A melhor linha de pensamento é a que descrevo a seguir, pular alguma etapa PODE significar lenha (quebra). Veja quantas hipóteses são possíveis em uma pane, por isso falarei da mais comum: pane de motor. Ou seja, quando você não tem mais a potência do motor para manter o voo.

     Antes de qualquer outra coisa observe sua velocidade de voo e sua altura. Mantenha um voo pouco descendente para não estolar. Até onde é possível chegar com essa energia? Demarque na sua cabeça a área em que você consegue chegar voando. E a partir de agora essa área começará a ser reduzida.

     Observe também o vento, ele é um importante fator que limita o seu alcance. Com vento de cauda você pode voar até mais longe, porém de maneira menos estável, mais rápida e perdendo bastante altura. Com vento de proa (nariz), seu alcance é reduzido consideravelmente, porém você aproxima com menor velocidade e fica mais tempo no ar. Fica ao seu critério escolher qual o melhor para a situação, não existe jeito correto, o mais indicado é sempre fazer como o pouso, contra o vento (de proa).

     Conhecendo aonde é possível chegar, escolha o melhor lugar. Lembre-se de que a pista é sempre o local mais indicado para um pouso de emergência, portanto, dê sua preferência a ela.

     Para chegar até esse local desejado, mantenha uma boa velocidade de planeio, isso significa: não descer na vertical e nem voar nivelado. Você precisa perder o mínimo de altura necessária para manter a velocidade e não estolar. Assim você consegue alcançar a maior distância possível sem cair.

     Curvas dever ser realizadas usando o mínimo possível de inclinação de asa e de aileron. Movimentos bruscos podem ocasionar estol. O ideal mesmo é utilizar o máximo possível do leme, para assim fazer uma curva mais suave e perder menos energia.

     O percurso percorrido em voo com pane de motor não é necessariamente o mais curto, ele deve ser o suficiente para perder a energia e pousar com segurança (leia-se devagar) com local desejado. Portanto, algumas vezes pode ser necessário dar algumas voltas para perder altura e aproximar na velocidade certa.

     O toque é o momento mais complicado de todos, e dele dependerá o sucesso ou a lenha total. Se o local não for propício ao pouso, drene (perca) toda a velocidade antes de tocar, mais até que em um pouso comum, isso bem próximo ao chão (ou mato). Agora, quanto menor a velocidade melhor. Caso seu aeromodelo possua flap, acione-o neste momento. Minha dica é: E caso tenha trem de pouso retrátil, não abaixe, pois a chance de quebrá-lo é grande. Antes um furo na asa que um trem de pouso retrátil quebrado (juntamente com a asa).

     Ufa!!! Finalmente o desespero acabou, ou não... Caso você tenha feito tudo corretamente, e também tenha tido a sorte de tudo dar certo, seu aeromodelo estará sem nenhum arranhão. Se isso não aconteceu, no mínimo um conserto te espera e no máximo um tambor de lixo.

     Da mesma maneira que o pouso demanda muito treino, pousos de emergência também. O complicado é que não sabemos quando e nem onde isso irá acontecer. O melhor mesmo é realizar a manutenção correta no equipamento e pousar com o tempo certo. Mas sempre devemos estar preparado para o pior e esperar o melhor. Um bom piloto é aquele que causa o menor dano possível ao aeromodelo em panes. Dica: Voe muito e conheça muito bem seu aeromodelo.



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5 comentários:

  1. Matéria muito interessante, já fiz vários pousos de emergência, como estou aprendendo, todo voo e uma emoção na hora de pousar.

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  2. Esse blog é muito bom, parabéns.

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  3. Obrigada pela matéria foi útil para mim. Parabéns.

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