Ter
um aeromodelo que voe nos trilhos é o sonho de todo piloto, principalmente
quando o vento esta muito forte ou o avião tende a “sair da pista” na
decolagem. Hoje, esse sonho já é realidade graças ao prático e útil giroscópio.
Descubra sua aplicação e em qual situação ele atua neste artigo.
Algum
tempo atrás li um artigo que prometia mil maravilhas quanto ao uso do
giroscópio (giro) em aviões; dizia, inclusive, que caso o piloto se perdesse em
alguma manobra bastava soltar os comandos para que o modelo voltasse a voar
reto e nivelado. Sinto lhe informar, mas um giro NÃO faz isso. Há alguns
equipamentos disponíveis no mercado que possuem essa capacidade, até mesmo
pilotam [e pousam] o avião sozinho se programado corretamente; mas esse
componente não é o giro, que por sua vez é bem mais simples que isso.
Contei
isso para que vocês tomem muito cuidado com suas fontes de pesquisa, pois a
internet, apesar de ser uma incrível ferramenta, ainda não tem a capacidade de
te informar se tal informação é verdadeira ou não. Imaginou se você compra um
bom giro pensando que salvará sua vida, e no final não é nada do que você
esperava?
Bem,
chega de enrolação, vamos falar o que ele faz de verdade.
O
giro é um dispositivo que detecta movimentos (aceleração) no eixo em que é
instalado (profundor, aileron ou leme), e comanda as superfícies para o outro
lado; evitando assim que o avião saia de posição.
Resumindo...
Quando
instalado e configurado corretamente no aileron, por exemplo, se você deixar a
asa nivelada e parar de comandar pelo rádio o aileron, por mais vento e rajada
que seu aeromodelo leve, a asa continuará na horizontal. Caso deixe na
vertical, a asa continuará na vertical. Ou seja, ele segura o aeromodelo na
última posição deixada pelo piloto.
Você
pode dizer: mas meu treinador é estável, não precisa disso para voar bem.
Espero que você não fique eternamente voando um treinador, ai, quem sabe, seja
necessário.
A
principal aplicação em aeromodelos comuns é no leme (apesar de muitos pilotos
não o usaram além da decolagem e pouso), pois certos aeromodelos tendem a ter
uma “cauda boba” na hora de decolar, o que pode fazer com ele saia da pista e
até mesmo quebre caso o piloto não consiga o segurar. E colocando esse giro no
leme, um dispositivo eletrônico faz todo esse trabalho na decolagem para você,
o trabalho do piloto fica restrito a acelerar e cabra. Simples, não é?
Outra
boa aplicação é no eixo do aileron, visto que ele sofre muito com vento. Ao
colocar, basta soltar o comando para que o avião continue voando com a asa
nivelada e estabilizado.
Já
existem giros de três eixos, ou seja, que estabiliza todo o avião. Assim fica
tão fácil de voar que perde a graça.
Sinto
muito por acabar com sua alegria tão cedo, mas esse tipo de equipamento é
proibido em muitas competições (como IMAC) por motivos óbvios.
Para
que ele funcione corretamente devemos observar alguns pontos:
-
Os servos da superfície devem ser rápidos o suficiente para impedir que o
aeromodelo saia de posição. De nada adianta um bom giro com um servo lento, o
avião vai continuar chacoalhando;
-
O giro deve ser instalado na posição correta, se você colocá-lo no eixo errado,
com certeza não irá funcionar;
-
O giro deve ser programado corretamente, principalmente o lado, caso você não
queira lenhar seu modelo;
-
O ganho deve ser ajustado corretamente: pouco ganho = o giro não segura como
deveria; muito ganho = o avião fica balançando no eixo em vez de somente travar
na posição;
-
Por precaução, programe para que ele possa ser desacionado pelo rádio em caso
de emergência no mínimo para os voos de teste;
-
Caso você instale no leme e não utilize essa superfície para fazer curvas em
voo, o giro pode dar comando contrário, pois ao fazer curva de aileron e profundor
o eixo de leme sofre variações, e como não há comando enviado ao leme, o giro
entende que deve corrigir o movimento. Você tem várias opções para que isso não
aconteça: usar o leme em curvas, desativá-lo após a decolagem e reativá-lo
antes do pouso, ou mixar aileron para leme com um ganho de 1% para que o giro
entenda que você está comandando o leme também;
A
tecnologia está disponível para ser utilizada, mas em minha opinião não deve
substituir a habilidade e o treinamento do piloto, somente auxiliá-lo em certos
momentos críticos.
Você
já conhecia esse equipamento? Utiliza em algum aeromodelo? Tem alguma dúvida
sobre sua aplicação? Deixe seu comentário aqui em baixo.
Instalei um em 2011 num traier elétrico só para provar que funcionava. Funcionou e com louvor, parecia uma tábua voando de tão travado que era, nem sentia as rajadas de vento. Depois tirei.
ResponderExcluirSerá que qualquer gyro pode ser usado em aeros gasolina e jatos?Por exemplo,tenho de helis que sobraram.Um futaba 401 e outro align 3g que troquei por um micro beast.Qual o melhor para colocar?Se puderem responder fico grato.
ResponderExcluirOs Gyros de 1 eixo para helicóptero poder ser utilizados tranquilamente em aviões, já os gyros de 3 eixos (3G), acredito que não, pois eles funcionam mixados para atender aos comandos da bailarina. Há gyros específicos de 3 eixos para serem utilizados em aviões.
ExcluirExiste um gyro especifico ou que vc conhece que pode ser usado em um extra 27% ??
ResponderExcluirQual é o equipamento que está no mercado que decola e pousa o aeromodelo ?
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